samedi 31 décembre 2011

Neve em mim





Diante da neve

Pura

Nenhuma amargura



Diante da neve

Gelada

Natureza repousa intocada



Diante da neve

Brilhante

Deslumbrante diamante



Me calo

Me retiro

Nem respiro



Hiberno em sua profundeza de fragil beleza



Poderosa e hipnotizante

Sob a força do sol radiante



Volto entao, com um outro valor

Pequena,

Serena,

Preenchida de calor.

Justeza.





Arbustos. Justos.

Robustos

Nuances de cores que se casam

Se entrelaçam

Como num romance



Onde os tamanhos se encaixam

Os troncos se enlaçam

As cores se fundem,

Se unem.



Volto ao chao

Me desapego dessa visao

Milagre de harmonia à minha revelia

Segundo de Alegria

Transiçao




                                             pt.dreamstime.com

Nem tudo é sono no outono



Nesta época, as folhas,

longilineas



Acolhem

Protegem do vento do Norte



Verdes, violetas,

Fortes, espoletas.



Depois de certo tempo todas tombarao

E darao lugar ao rigor do inverno

Para que a primavera se anuncie



Em suas pequeninas flores

convidando à novos amores.

Brisa que brisa





Essa brisa que me brisa

E ao mesmo tempo me alisa

Me contorna, acaricia, suaviza.



Determina a linha que separa minha vida da dela

Ela que é brisa efêmera

E fortemente bela



Fria,

Delinea e refresca

Me contém num abraço

Num volume nunca antes experimentado.

Olhares cumplices





Ela

Sentou-se com dificuldade

Começou a tecer

Interrompendo seu crochê so para lhe ver



Ele

Passava habilmente seus pezinhos gordinhos por entre as grades

Se imaginando talvez sob um penhasco sombrio

Ou agarrado à um rochedo escorregadio



Durante esse longo instante

Ela o admirava com os labios entreabertos

Quase retendo a respiraçao

Diante de sua manobra constante.



E terminando seu espetaculo particular,

Ele procurou nada mais

Que a cumplicidade de seu olhar.

jeudi 29 décembre 2011

Tratado sobre a culpa.




A culpa é culpada pela minha culpa. E uma entidade que carrego e que, recentemente, graças a um amigo, descobri que é minha companheira de anos. Descobri também que nao sou ela. Quando sinto culpa, nao sou a culpada por isso, mas a culpa. Nem maiusculas ela merece, essa dona impertinente que vive aparecendo no menor instante ausente.

Quando a vejo chegar de repente escapo pela tangente, quando me deixo queimar por ela, me esvazio lentamente.

A partir de agora que a conheço pelo lado de fora, a unica culpa que terei que carregar é a de desprezar o instante que posso a encarar.