vendredi 8 mai 2009

Passeando pelo cemiterio



Meu ultimo passeio com minha mae foi ao cemiterio Père Lachaise, em Paris.
Voces podem se perguntar o que fomos fazer num cemiterio no seu ultimo dia comigo…Atendi finalmente um pedido que me fizera ha 5 anos, quando morei no bairro 20 em Paris, bem proximo ao cemiterio : ver o tumulo do Allan Kardec.
Questoes relacionadas à vida e à morte vem à tona quando se decide fazer um passeio como esse. Destino de muitos e futuramente nosso tambem, faz brotar um sentimento diferente, de igualdade, fraternidade, respeito.
Passeio esquisito ir ao cemiterio; ate deixou minha mae mais séria. A chegada ate la ja valeu o trajeto naquele lindo primeiro de maio de ceu azul. Pegamos uma das minhas linhas preferidas, a linha 2, que cobre parte de Montmartre, onde foi gravado o filme de Amelie Poulain, meu preferido. Ha um trajeto externo neste trecho, com curvas, que passa pelo Canal Saint Martin, um canto mais cool e popular de Paris. Mesmo aqueles que circulam nestes trens : uma mistura de imigrantes residentes nos bairros ao redor da linha e turistas… convivem na diversidade, cada um seguindo seu destino.


Bem, o nosso, nesse dia, era a estaçao Père Lachaise do metro. Moradia de ex-astros e estrelas muito conhecidos, ao menos seus ossos… ele atrai muita gente. Alguns buscam as esculturas feitas por renomados artistas, outros as belas e frondosas centenarias arvores que ali habitam; enquanto outros procuram os tumulos das celebridades como Jim Morrison e Edith Piaf, talvez para se aproximar ao maximo de um idolo, ou do que restou deles em Terra, ou simplesmente por curiosidade. Minha mae é espirita, e sabia que naquele cemiterio se encontravam somente os restos de Allan Kardec, pai do espiritismo, entao, num misto de curiosidade e busca da celebridade, seguimos pelas alamedas atras de sua tumba escondida.




« Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem parar, de acordo com a lei. »
« Naitre, mourir, rennaitre encore et progresser sans cesse telle est la loi. »
Parei diante do texto e do tumulo rodeado de flores, li, reli, concordei e fotografei-o. Ai entao, surpreendi-me por ser exatamente o lugar que procuravamos ! Se nao fosse assim, acho que nao o encontrariamos… Um busto de um homem e seus feitos, descritos na lapide para sempre, diferente de seus restos mortais, que serao reabsorvidos pela vida, com o tempo.
Nao so os restos dele, que sugeriu que o espirito empreende mais viagens do que podemos imaginar, mas de todos os outros que estao lado a lado no cemiterio. Alguns, com lapides decoradas com vitrais que faziam alusao à Cristo, Nossa Senhora, e outros santos, como se a morte pudesse aproxima-los. Disso, pouco sabemos…
Mas todos, vangloriados e glorificados pelos seus feitos em vida : generais, artistas, pintores, cantores, jamais pelo seu carater humano : generoso, altruista, humilde.
O que é mais significativo de ser colocado em lapide ? O que se fez ou o que se foi ? Todos, mesmo o pior dos mortais, teve la suas virtudes… o que deve ficar marcado em algum lugar, de alguma forma, em cada um de nos. Por que ressaltar feitos e fatos e nao a atitude diante da vida ?
Seja la o que eu fizer, quero ver escrito no meu tumulo : mae dedicada, de poucas ambiçoes e muitos queridos !
E tenho dito.

1 commentaire:

Unknown a dit…

Mas que legal !!! Sou Lívia do livro Há Dois Mil Anos - livro espírita. Se tiver mais fotos do cemitério onde está os restos mortais de Kardec, mande. Amei seu blog. É tão elegantemente culto quanto você. Bjs Lívia