mardi 16 juin 2009

Vivendo a linha 6.





La estava eu na linha 6 do metro parisiense, às 6 da tarde do dia 16. Enquanto esperava o trem para voltar para casa, uma flauta do Pan tocada por um senhor sorridente, sentado na beira do cais, me despertou para essa constataçao. Rapidamente, para comprovar o instante, saquei minha maquina fotografica e registrei a placa do cais, que confirmava o que acabo da dizer : destino Nation, linha 6, 18:00.
A estaçao era o ponto inicial : Charles de Gaulle-Etoile, que da acesso ao Arco do Triunfo, monumento construido por Napoleao Bonaparte; num cruzamento entre oito avenidas - lugar estratégico para suicidios. Como muitas outras, sao restauradas frequentemente, mas mantém os azulejos originais e o estilo do inicio do século, quando foi construida.
Sao nesses instantes um tanto quanto cinematograficos que me dou conta que estou em Paris, que tenho a chance de presenciar tudo que Paris proporciona.
Procuro pegar sempre essa linha, pois possui vistas deslumbrantes, desde a Paris turistica à Paris mais cotidiana e intimista.
Cruzando o Sena, posso avistar a Torre Eiffel, numa parte do trecho aéreo do trajeto. Ja fui presenteada com suas piscadelas durante uma noite fria de inverno, o que me aqueceu o coraçao. Ja num outro trecho, proximo à Nation, posso admirar a Biblioteca Nacional e conjunto de predios modernos, mas nao menos belos, que circulam a sua majestade, o rio Sena. Ele, que, certamente, é uma grande Estrela parisiense. Inumeras vezes contemplei-o imaginando « Puxa, bem que o Tietê podia ser assim … » Sonho ? Quem sabe um dia nao se transforma em realidade ? Suas aguas em movimento, insinuam que ha vida ali; as arvores ao seu redor, bucolizam suas margens e acolhem quem o admira. Barcos ancorados em suas aguas iluminam a noite e proporcionam uma vida encantadora em seu balanço. Sim, acho que o Tietê pode um dia ser assim !
Ainda neste saculejante trecho do trajeto, posso olhar o topo dos prédios, espiar as sacadas das varandas, quem capricha nas jardineiras floridas, quem usa o terraço como estacionamento de bicicletas e mesmo de porao ! Até o movimento da rua, dos comércios; os bistrots, festejando a chegada do verao ocupando quase toda a calçada de mesas e cadeiras, e os parisienses com uma alegria marota, se deliciando com a possibilidade de ali se aglomerarem quase colados uns nos outros. Entre um café e uma agua, podem passar uma tarde inteira - e a noite também, ja que anoitece às 10 da noite - lendo, olhando a calçada, vendo o tempo passar.
Mas a linha 6 também tem seu trecho subterraneo, que nos conduz aos arredores das catacumbas parisienses, que preferem que se chame de Ossario Municipal. O local é aberto à visitaçao, e se trata de um conjunto de galerias que existiam previamente e foram aproveitadas para a colocaçao dos ossos que lotavam o cemitério dos Inocentes, no final do século XVIII. Os ossos ja se acumulavam por la ha dez séculos ! E um passeio interessante, rico e reflexivo sobre questoes como a vida e a morte, que sugiro à todos que desejem olhar as coisas de um outro ponto de vista.

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