Enquanto houver criança haverá sabedoria. Na humildade de saber que nada sabe, aprende com alegria e absorve o conhecimento como alimento profundo, estrutural; não se impõe ao outro, respeita-o naturalmente, pois sabe secretamente que são iguais e compartilham as mesmas emoções. Sem ter consciência, a criança ensina empatia, para aqueles que tem a escuta atenta...
Enquanto houver criança, haverá esperança. Onde o erro faz parte do aprendizado e da construção de si mesmo, não há dor e sofrimento, mas o encontro com uma realidade desconhecida : contato que amedronta, mas que, se amparado com amor e cuidado, fortalece e marca, prepara o terreno para a vida...
Enquanto houver o sorriso do Joca, o olhar da Nina, a dança do Mathéo, a meiguice da Yasmin, a voz do Iago, meu coração se acalmará. Enquanto as crianças tiverem a força de se manter isentas da hipocrisia, da ambição, da crueldade, da ignorância e da arrogância do adulto que não enxerga a herança triste que está deixando, ainda há esperança. Ainda podemos aprender com elas, e melhorar nossas decisões daqui em diante. Se não for por nós, que seja ao menos pelas crianças...
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