vendredi 16 mars 2018

Contrastes da vida

Ganhei uma planta chamada popularmente de Pé de Elefante, nas minhas 40 primaveras. Ele exige cuidados precisos. Quando completou dois anos, me senti autorizada a mudá-lo de vaso. Nunca antes disso.  Água, só a cada três semanas. Só luminosidade, sem sol direto. Agora, estou sentindo que ele está pedindo uma mudança de ares, quer se expandir, quer novos nutrientes.
Achei um vaso que condizia com seu porte, e fui atrás de um especialista no assunto pra ter a certeza de não estar fazendo nenhuma bobagem.
O cara sabia muito. E falava com um entusiasmo, como se as plantas fossem suas amigas íntimas, as quais ele conhece profundamente. Explicou-me que não tenho como saber se meu Pé de Elefante quer trocar de vaso, sem retirá-lo pra verificar suas raízes. Se as raízes estiverem espremidas, ele esta pedindo mudanças. É como uma criança de tênis apertados, que não sabe explicar ainda que o tênis tá apertando o pé. 
Enquanto me tranquilizava, afirmando que as folhas secarem e caírem era algo normal, me explicou a importância do estresse na vida das plantas. Se elas estão bem, não florescem. Mas quando estão sob um certo estresse, milagrosamente sentem que correm um risco de vida e lutam com todas as forças para se perpetuarem. Daí o florescimento ! 
Quando o tempo melhorar,  me aconselhou a colocar todas as que estão tranquilas dentro de casa do lado de fora , pra que sentissem a plenitude da mudança, em todas as nuances, todos os contrastes.
Sai de lá pensando...será que é isso que a vida espera da gente ? Que a gente dê o melhor é mais bonito de nós mesmos vivendo plenamente suas bençãos e desgraças ? 
Mistérios que nossos caminhos nos reservam... Assim como as plantas, simples e frágeis seres vivos, mas cheios de capacidades desconhecidas.

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