jeudi 8 mars 2018

Somos árvores


Vi muitas delas hoje. Nuas, frágeis, indefesas. Desprotegidas, frente ao vento frio do inverno francês. A mostra, a beleza dos galhos que se afinam em direção ao céu, beleza escondida pelas folhas que representam naturalmente a vida. É quando estão despidas que vemos sua forma, que imaginamos sua história de vida, que tentamos entender sua simetria ou a falta dela, que faz transparecer sempre uma harmonia singular; que descobrimos seus ninhos mais antigos.
Se engana quem a associa a morte e a secura. Ao contrario, as árvores nuas estão retomando suas forças, hibernando. Esperando o momento certo de florescer e a partir de seus brotos explodir com esplendor, revelando a potencia da seiva que corria em suas veias, de maneira quase invisivel.
Essas árvores somos nós, caladas, esperando o momento preciso para abraçarmos o mundo em mais um ciclo de expansão. E esse dia vai chegar...




Escrevi o texto acima há um ano. Ele ainda vale pra esse ano. Gostaria que o momento de abraçarmos o mundo tivesse chegado. Gostaria que não precisássemos de um dia só pra nós, mulheres. Que pudéssemos viver igualmente, lado a lado dos homens em todos os âmbitos, dividindo os outros 364 dias. Muita coisa ainda precisa mudar, muita. E depende de todos nós, homens e mulheres, começando por aceitar a necessidade de mudança.
Mas esse dia vai chegar, ah vai ...

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