samedi 3 mars 2018

O gosto da partilha

Hoje eu poderia falar da Tartiflete e do fondue de queijo que acabamos de comer na casa da Sabine; dos nossos longos anos de amizade e de quantas vezes já preparamos esse prato juntos. 
Poderia falar também da inesquecível paciência que ela teve ao me receber em sua casa pra uma paella quando eu acabara de chegar pela primeira vez na França, sem falar quase nada da lingua. Das louças preciosas que eram de sua avó e que agora estao comigo, do conté divino que experimentamos em êxtase depois de um churrasco.
Poderia falar da nossa viagem aos Vosges, dos passeios na floresta, das conversas ao pé da lareira, do brioche sovado a quatro mãos. De ter cedido a sua casa para que eu festejasse meus quarenta anos, e sua cozinha para que eu preparasse uma feijoada. 
Ou mesmo da nossa ultima viagem, dois dias perto de Cluny, na Borgonha, onde a ajudei em seu ratatouille.
Mas a lista é infinita. Poderia citar ainda muitos momentos compartilhados ao redor desse ato de generosidade único e inconfundível de cozinhar junto, onde ficamos transparentes e completamente determinados a fazer o melhor. Dividir os detalhes e segredos aprendidos e passados de geração a geração nos anima como crianças que aprendem algo novo. Nessa partilha, acompanho agora o aprendizado de novos amigos ao seu lado, que vão reproduzir seus gestos e rituais quando forem, por sua vez, preparar um boeuf bourguignon, algumas pommes dauphines, e mesmo profiteroles. 
Gestos de acolhimento que alcançaram sua filha, que levara hoje dois novos colegas húngaros pra sentir o gosto da generosidade francesa, em forma de alimento, de sorrisos e de partilha. 
E assim, o gesto se perpetua e continua...


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