mardi 20 mars 2018

O tempo amadurece o gosto

Lá pelas 10h da manhã de hoje eu já estava com fome. Comi uma mexirica pra enganar a barriga, ver se ela aguentava até o meio dia. Uma das grandes vantagens de cozinhar todo dia é que você escolhe o que vai comer. Confesso que acabei ficando mal acostumada...
Não tirava o espinafre com ovo da minha cabeça, e só depois de comer um dos melhores que já fiz, lentamente, sosseguei. Foi a melhor coisa que fiz hoje ! Fiquei fã na gestação do Hector, quando trabalhava de manhã e estudava à noite. Almoçava na minha avó que fazia com frequência, e depois tirava uma siesta daquelas.
Na verdade, nem sempre fui fã de espinafre...nem de abobrinha, alface, cebola. Fui chatinha pra comer, mas estava rodeada de cozinheiros inteligentes. Na época em que fritura era a regra, fui me acostumando à textura do espinafre e ao sabor da abobrinha nos bolinhos que minha avó fazia. Meu pai caprichava na beringela a parmegiana. Era de cair !
Hoje aprendi, depois desses anos todos, que o gosto da gente muda com o tempo. E faz parte do amadurecimento, da confiança e do paladar, a aproximação do novo. O Iago separa ainda muita coisa, cebola, champignon e tomate. Mas gosta de pepino, cenoura e brocolis, com o minimo de tempero, o mais natural possivel. Quem sabe possa vir a apreciar o que não gosta mais tarde ? Aprendo um pouco a cada dia, e nem sempre é fácil, a respeitar o gosto de cada um...desde que não precise fazer cinco pratos diferentes ! 
Aqui na França o processo de maturidade tem relação com a apreciação do queijo. As crianças começam com queijos suaves e jovens, e adolescentes começam a se aventurar por texturas e perfumes mais complexos. 
Incrivel como a relação com a comida pode revelar tanto de nós mesmos, nossos gostos e vontade de experimentar o novo.

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