samedi 5 février 2011

O gorro.

Alguém perdeu um gorro diante da porta do trem. Bem diante dela. Todos o viram. Impossivel nao vê-lo. Mas fizeram como se ele nao estivesse ali. Como fazem as vezes uns com os outros.
Ele estava espalhado no chao, bonitinho. A cabeça que ele protegia do frio, nao voltara recupera-lo, esse instante ja passou, se perdeu. Sera que ele voltara a aquecer a cabeça de alguém ?

Um musico e duas jovens identicas entram no trem. Pequenas bolsas debaixo dos olhos cansados das meninas sorriam enquanto cantavam juntas, e por curtos instantes as romenas cantando em italiano entravam na mesma frequencia, e suas vozes ocupavam todo o vagao, ressoando na minha cabeça, anestesiando o falatorio que havia nela. Surgiu entao o som das moedas se encontrando em nome desse agradecimento, saindo de quem partilhara essa frequencia.

E ao partirem na estaçao seguinte, algum misterioso passageiro resolveu dar destino ao gorro que acolheu certamente à toda a vibraçao; deve ter ido feliz aquecer a cabeça de alguém, exercer sua funçao.
E eu, que segui adiante, senti um alivio por nao vê-lo mais abandonado no chao.

1 commentaire:

Anonyme a dit…

De que cor ele era ?