Ele cruzou o jardim japonês de uma so vez.
Nos passos curtos de seus sapatos marrons
com sua veste surrada, de gola virada,
atravessou o deck curvilineo e parando de repente
virou-se pra mim interrompendo minha mente.
Nao se repousou
Nao se sentou
Apenas olhou
Olhos distantes, mas inebriantes
acompanhando o nariz anguloso
e seus cabelos de um cinza brilhante
Queria desvirar a gola de sua veste
pois talvez ele nao tenha mais quem o faça;
queria beijar sua face rosada
desse senhor que poderia ser meu avô
Com os bracos cruzados para tras
compensava a leve envergadura que com a idade se faz
contemplando algo que pairava pelo ar.
Seriam as flores ou as sirenes ?
Talvez os graos de polen sobrevoando contra a luz do sol poente ?
Ou algo que so à ele faz sentido...
Dificil de ser dito.
Balbuciou algo, vi seus labios se mexerem
algo que eu jamais irei saber
pois deu-me as costas em seguida
partindo sem eu querer .
1 commentaire:
Que linda poesia contada, cantada... deu até para pensar que com certeza deve ter lembrado do Manzano...
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