Mesmo os mais agitados passaram a maior parte do tempo em grande silêncio. Não haviam muitas falas, as cenas eram longas e as imagens precisas e belas. O retrato de vilarejos simples, do cotidiano de famílias vivendo sem agua corrente, com a poesia do vento que balança as roupas no varal, e a luminosidade dando vida aos contornos artesanais das antigas janelas de ferro...
Ahmad é um garoto que procura pela casa do seu amigo, para devolver-lhe seu caderno que pegara por engano. O retrato rude de uma educação rígida e amedrontadora, onde seu melhor amigo corria o risco de ser expulso caso não fizesse o dever de casa no caderno, impulsionou o pequeno Ahmad a superar todos os obstáculos que cruzou pelo caminho.
De um olhar profundo e puro, a cada cena em que uma dificultava sua busca, podíamos sentir a angustia e ao mesmo a determinação de atingir seu objetivo, pelo sentimento partilhado com o amigo e seu sofrimento diante da humilhação do professor . Sem que ele diga nada, sentimos que ele não pode deixa-lo passar por isso novamente.
Diante da falta da escuta do adulto, Ahmad persevera, negocia, não desiste. Numa verdadeira corrida contra o tempo, mesmo recebendo a ajuda do único adulto que o escutou, ele não consegue encontrar a casa do amigo. Na manhã seguinte, chega com o ar curto e ambas as lições feitas, bem à tempo...
Um suspiro em coro se faz no cinema, que estava junto de Ahmad na sua busca pelas subidas estreitas e pelos becos escuros; partilhando a emoção da resolução do problema como se lá estivessem.
Indescritivel sensação, de um filme onde quase nada é dito, mas tudo pôde ser sentido.
Para saber mais, em francês :
https://nanouk-ec.com/films/ou-est-la-maison-de-mon-ami%3F#cartepostale
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