Disse que tem quem acredite que a morte é como um segundo nascimento. Que antes de nascermos vamos rumo ao desconhecido, e na morte também... quem fica sofre mais, mas percebi que com o tempo o luto é digerido e tudo que vivemos com as pessoas que partiram, as pequenas lembranças, ficam como se fossem pedacinhos delas registrados em nós. A saudade existe, mas não dói mais tanto pois temos um tanto de cada um que partiu em forma de lembrança, dentro de nós.
Há 14 anos o Vô Cinzo repentinamente partiu para esse desconhecido que tememos tanto, deixando vários pedacinhos de lembranças dele dentro de nós. Seu riso solto, sua maneira persuasiva de oferecer as ainda misteriosas comidas japonesas para que eu experimentasse, o cuidado em escolher os melhores e mais preciosos quitutes preferidos dos meninos, e ainda trazer em casa. Quantos sábados não foi até Cotia só para levar as caixas de frutas e legumes, com o konnyaku do Hector e o tsukemono do Ariel. E depois de descer pra bater papo com o vô Ari, partia, com o sorriso ainda no rosto e um brilho particular nos olhos.
Cada um de nos guarda em si um pedacinho dele, o que transforma a saudade em histórias pra contar pros netos que não o conheceram. Se estiverem sensíveis, podem perceber essa atmosfera de amor que ele emanava quando estava perto dos netos que tiveram a sorte de participar de sua vida.
Até mais ver, vô Cinzo, até mais ver...
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