Eu, tenho ainda a nitida lembrança da imagem : sentada numa pequena poltrona, próxima a uma janela que deixava uma luz suave entrar. O ambiente era calmo e eu tinha a sensação de que tinha toda a vida pela frente. Era verdade, mas eu me sentia extremamente segura entre os livros, como se todas aquelas histórias estivessem lá, todas me esperando. E quantas histórias, que poderiam me levar a lugares inimagináveis, me transportar a vida dos personagens, saidos do sonho de alguém...
Assim eu li e reli livros - mesmo os "Infanto-Juvenis" - que me servem como um porto seguro, quando nada mais parece ter graça; ou que tem o poder de me fazer voltar a acreditar no futuro. Entrelinhas, o autor sempre entrega um pedacinho precioso de si mesmo. Como diz minha amiga Sophie : "todo livro tem sua pérola".
Dos rituais que se fazem quase que naturalmente quando me aproximo do final de um livro, como quando a gente se prepara pra terminar nosso prato predileto... salto a absoluta displiscência, depois de um tempo não lembro mais seu nome, como se houvesse rompido um relacionamento. O livro permite essa entrega e esse desapego ao mesmo tempo. Que vontade que deu de me aproximar da minha prateleira atual, onde tantas histórias desconhecidas ainda me esperam...
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