lundi 20 août 2018

Remanescências de um dia de outro tempo.

Raramente se reúnem, todos eles. Os cariocas fogem do frio, os paulistas do calor. Mas esses quatro irmãos sentimentais encontraram um bom "motivo" para se reunir : a minha presença.
Lisonjeada de participar do encontro, gostei de ser uma razão de se verem, e viverem intensamente, em um dia, toda a emoção guardada durante o ano para esse momento.
Uma parte do afeto vem pela comida...e o preparo faz parte. Irmãs cúmplices até nas toucas, administraram a cozinha e o tempo de forma impecável. Milagres como cozinhar cinco polvos na mesma panela que seria usada para o feijão cercavam esse ambiente perfumado de mar e suas bençãos.
Enquanto digeríamos as iguarias e os vinhos consumidos, a música encontrou um espaço. Tons diferentes, ritmos e deslizes não impediram a emoção de circular entre irmãos, cunhados, sobrinhos e sobrinhos netos. Lembranças do passado e anseios para o futuro encheram muitos olhos d'água, de emoções silenciosas que não precisavam ser ditas. Naqueles instantes, partilhávamos todos, apesar das constantes diferenças; a impressão única do estar junto.

Recarregamo-nos, para muito tempo, tempo diferente do corrido, um tempo vivido que vai nos nutrir cada vez que um gosto, um cheiro, um som surgir como remanescência desse dia inesquecível...

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