Hoje descemos juntos. Fomos primeiro no mercado e em seguida na padaria. Todo descontraído já chegou falando "Bonjour" pra atendente, e ela em seguida perguntou pra ele toda sorridente onde estavam as claquettes...estava procurando os seus chinelos. Ficou surpresa que eu era a mãe dele, e disse que batem o maior papo,que sabe que ele toca um instrumento e que o chamou pra tocar no casamento do padeiro.
Me lembrei de momentos parecidos com o Hector e o Ariel, quando nossos amigos me contavam de como eles eram sem a gente por perto. Do Hector, me lembro de quando ele ia pra casa da Silvia e do Fernando, pais do Guto; Silvia fazia questão de preparar um bolonhesa, pois gostava muito de vê-lo comer com gosto, apesar da cerimônia e delicadeza que sempre foi natural nele... e o Ariel era conhecido pelo seu entusiasmo e empolgação ao contar suas histórias na escola, unanimidade entre os professores.
Todos tinham perto de 10 anos, idade que começaram a abrir as asas, ensaiar os primeiros vôos, com a coragem destemida de não garantir a aterrissagem. Bom se sentir como a coruja que observa do alto o vôo das crias quase prontas pra vida, criando cada uma seu próprio traçado de vôo; nem sempre é fácil observar a aterrissagem desajeitada, mas sabemos que é nossa função, mais ainda, nossa obrigação. Torcer de longe que tudo dê certo...
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