Foi assistindo um documentário chamado Given, que voltei por alguns instantes à essa vida simples, que experimentávamos viajando quando os meninos eram pequenos. As lembranças são tão frescas e repletas de cheiros e gostos, que voltaram assim que ouvi a narração do pequeno que acompanhava seus pais viajando em busca do Grande Peixe. Na sua visão tão pura e limpa de criança, sem artefatos, relembrei quantos momentos simples e profundos vivemos.
Posso falar de muitas delas, mas queria lembrar hoje da viagem que fizemos subindo a Costa Norte de Salvador, a Linha Verde. Foi em 1999, pois o Ariel ainda tinha 11 meses, e o Hector menos de 2 anos.
Com o carro do nosso amigo Nena, parávamos aleatoriamente nas praias, encalhando em estradas de areia, descobrindo cantos intocados, aldeias de hippies, céus estrelados. Não tínhamos reserva de hotel, procurávamos ao anoitecer. Conheciamos duas praias por dia, e entre elas os meninos faziam a siesta. Ariel engatinhava e comia muita areia, Hector desenhava o dia inteiro na areia e corria brincando em liberdade. Dos tucanos que nos acordaram em Mangue Seco e da Moqueca de Camarões recém pescados de Boipeba, fica a vontade de voltar a essa vida simples, desapegada, vivida a cada instante.
Vai ficando claro que o supérfluo e a superficialidade que nos rodeia nos distancia desse tempo vivido, tempo que exercita a paciência, como a da procura incansável do "Grande Peixe".
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