jeudi 8 février 2018

Frio que cura

Era pra ser mais uma terça feira como qualquer outra. Voltamos sempre de RER, chegando em casa la pelas 21h. Da tempo até de jantar, dar beijo nas crias e por a conversa em dia antes de dormir..."só que não" rs
Tinha nevado e pegamos a linha 6 pra ver a neve no metrô que tem uma parte suspensa pela cidade, rio Sena cheio, Torre Eiffel escondida, jardins cobertos de neve... tudo branquinho, muito lindo.
Só que na hora de trocar de linha, alguém tinha acabado de decidir partir dessa pra melhor numa estação depois da nossa. Mal sabia o caos que tinha acabado de causar...e talvez uma bela experiência para os mais sensíveis.
Previsão de trem : 23h...eram 20h50. Decidimos sair dali e procurar algo pra comer. Ja estava meio escorregadio, achamos rápido uma creperia pra jantar. O dono nos recebeu avisando que fecharia em meia hora. Beleza, depois vemos como fazer.
Tudo com nome de ilha paradisíaca, e a gente ali preso com neve por todos os lados. Vieram "crepes ilhas" trocadas, mas tudo bem, trocamos ingrediente aqui e ali e comemos mesmo assim. 
Simbora, bate foto sentado no banco cheio de neve, e volta pra estação de trem. Lotada. Mais meia hora acrescentada na previsão.
Decidimos pegar a linha 4 e ir ate Porte d'Orleans pegar o busão. Só que não tinha busão... com a neve que não parava de cair...ok. Vamos até Mairie de Montrouge e de lá pegamos um Uber.  "Só que não" numero 2...
Saimos da estação e tudo bem mais calmo...e congelado. Parecia estação de esqui de madrugada...
Uber...50 pila. Eles abusam. Vamos andar mais um pouquinho. Roti de botinha com solado liso, faz a alegria de uma dúzia com seu sapateado escorregadio balança mais não cai...  Mais 50 metros, o preço caiu pela metade, mas com 10 minutos de espera. Brincadeira !?
Deixamos pra lá, todo aquele branco, a neve caindo, a gente rindo da situação, tudo foi descontraindo, relaxando, e andamos os mais belos 4 km dos últimos tempos...
Os telhados das casas brancos feito chantilly, com as arvores decoradas de neve fofa e imaculada; o céu chegava a estar vermelho em contraste com o excesso de branco; e o barulhinho do sapato pisando na neve fresca, quebrando esse silencio incrível que só a presença imponente da neve proporciona. O frio tinha ido embora, apesar de não sentir mais meus dedos dos pés. Roti continuou escorregando até a esquina de casa, onde caiu como ele mesmo tinha previsto... Chegamos : quentes por dentro e congelados por fora... contentes feito crianças !
Será que é preciso sair do conforto diário pra viver algo novo e puro todo dia ?
Ou somente um olhar mais presente a nossa volta, aberto e sensível, daria outra cor ao nosso cinza diário ?  


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