vendredi 16 février 2018

Douceur bienveillante

Se eu pudesse, escreveria uma carta ao M. Yves Duteil, que nunca tinha ouvido falar até hoje. Cantor francês, festeja seus 45 anos de carreira, e se diz militante da doçura. Fiquei intrigada com esse termo, e de como ele mexeu comigo no dia de hoje. 

Uma doçura que eu manifestava se perdeu pouco a pouco, foi sorrateiramente substituída por um grito; vencido por antecipação. Pois, M. Dutiel, como homem, é fácil militar pela doçura. A doçura da feminilidade, não rendeu frutos. Essa doçura nos traiu. Nos iludiu e nos distanciou do respeito. Criou uma imagem de fragilidade e dependência.
E o grito, ah, o grito também não resolveu nada. Quem ganha no grito ? A gente não ganha, mas pelo menos é ouvida. Infelizmente é preciso gritar pra ser ouvida nos dias de hoje. E cansa, cansa muito, ter se distanciado de uma outra doçura, mais intima, natural, que não era carregada de rótulos, mas que situava. Só agora vejo que não são as mesmas. Sinto isso profundamente.
Você, M. Dutiel, conseguiu de uma certa forma se aproximar de uma doçura espiritual. E quando eu o ouvi, senti imediatamente : sua conexão interior, com o que é frágil e forte ao mesmo tempo, cuja preciosidade você reconhece.
Sim, essa doçura misteriosa ainda mora em mim, posso sentir. Ela esta somente à espera para se manifestar. E, enquanto ela não encontra espaço, vou me esgotando pelo grito, sem encontrar um equilíbrio.

"Quelles que soient nos religions, nos croyances ou nos cultures, nous portons ce mystère comme une étincelle… C’est un mot d’amour, la graine d’un fruit, un pollen invisible qui féconde la terre et attend la saison propice pour germer, grandir et prospérer. C’est une pensée dans un jardin, une oasis peut-être ? Une espérance. "

"Sejam quais forem nossas religiões, nossos credos ou culturas, nós carregamos esse mistério como uma chama...É uma palavra de amor, o grão de um fruto, o pólen invisível que fecunda a terra e espera a estação propícia para germinar, crescer e prosperar. É um pensamento num jardim, um oasis talvez ? Uma esperança."


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