jeudi 15 février 2018

De l'obscurité jailli la lumière

Um programa mostrava lugares paradisíacos da Africa do Sul : aguas transparentes que cercavam praias de montanhas rochosas impressionantes. Uma delas, numa ilha, abrigava a prisão onde Nelson Mandela passara 25 anos de sua vida. Não tenho idéia como alguém consegue sair relativamente ileso após viver 25 anos prisioneiro. Mas, no instante que ele afirmou "Da escuridão jorra a luz", pude pressentir como conseguira sobreviver. Em mim, ressoou como se,  nas profundezas de uma situação de tamanha escuridão, não houvesse nada mais fácil de jorrar do que a luz. Como se nada pudesse ser mais presente na escuridão do que um infimo raio de luz. Foi tão claro !
Sinto que os opostos só podem existir plenamente pois têm um ao outro, e mais que isso, na afirmação de Jean Paul Sartre : "Plus claire la lumière, plus sombre l'obscurité...Il est impossible d'apprécier correctement la lumière, sans connaître les ténèbres"...
Que quer dizer : "Quanto mais clara a luz, mais sombria a escuridão...é impossível apreciar corretamente a luz, sem conhecer as trevas."

Cada um de nós possui suas trevas, isso é algo que não podemos negar. Outra, é que temos medo delas, de nos aproximarmos e sermos engolidos pelas nossas próprias angustias. O que me intriga é que, se procuramos tanto a luz, por que não vemos que o unico caminho  é reconhecermos esse lado obscuro que nos habita; seja quando as circunstâncias nos impõem, seja nos aproximando, voluntariamente, o que é muito dificíl.  Diria que na verdade, não temos essa capacidade.
Mas ainda tenho fé que há um gesto mais natural que poderá diluir esse medo pra que apreciemos de forma justa a escuridão de nossas trevas.

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