Hoje, uma visão ao longe nos chamou a atenção. Já tínhamos mudado de região, na Dourdogne, as cores da terra são mais escuras, e as construções acabam sendo também por sua vez. A terra cujas pedras saíram, cujo barro foi usado para os tijolos e as telhas, ainda estão todos lá, em Belvès. Na halle central, imponente espaço com suas vigas em madeira centenária guardam ainda a sinistra corrente que servia para castigar o ladrõezinhos que ficavam presos dois ou três dias com o crime afichado no pescoço. Curiosamente, esses lugares pouco conhecidos, mesmo que preservados e voltados para o turismo histórico, guardam uma atmosfera real perceptível. Algo que eu já percebera há muito tempo, mas só agora entendo.
Indo almoçar na famosa Sarlat-la-Caneda, uma impressão inversa. A mesma vivida nas praias lotadas de Morro de São Paulo, em Carcassone, e mesmo em alguns lugares de Paris.
Apesar da beleza, falta uma autenticidade. Como se o turismo de massa acabasse por sufocar a respiração da vida local. Restaurantes ocupando as belas ruas de pedra, os mesmos menus, as mesmas vitrines. Agora que entendo a razão dessa impressão, gostaria de encontrar um meio de inverter tudo isso...qual seria o caminho ? Um turismo onde sejamos expectadores da história, e não fatores de sua descaracterização; valorizá-la preservando-a. Hoje e sempre.
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