samedi 21 juillet 2018

Nossos lobos

Ouvi uma indagação hoje. A de que temos dois lobos dentro da gente, um lobo bom e outro mal. Surgiu a dúvida de qual deles seria o mais forte. A resposta me interrogou no mesmo instante : mais forte é aquele que alimentamos.
Não posso viver sem um deles. Certamente muitos gostaríamos de matar o nosso lobo mal, aquele que sente fortes e doloridas emoções, aquele que me põe de cara com atos e reações até então desconhecidos. O que demoramos a aceitar é que sem ele, não existiria o bom, aquele que temporiza e acalma o mal . 
O lobo mal fala de lados que evitamos, que não queremos muito reconhecer. Admitir sua existência permite a aproximação de uma parte mais obscura, permite um conhecimento de partes desconhecidas de mim mesma. Não necessariamente más, mas que, se eu chegar perto, verei que podem prejudicar a mim e aos que estão ao meu redor. Ele é agressivo, egoísta e até histérico. Mas o que ele quer, de uma certa forma, é me proteger. 
E o lobo bom acolhe e compreende o lobo mal. Se ele não puder encará-lo, não poderá compreendê-lo, e se nâo puder compreendê-lo, nunca será o mais forte.
Se achamos que só temos o lobo bom, somos cegos arrogantes. Se só conseguimos ver nosso lobo mal, somos tristes inseguros.
A harmonia entre eles, essa aproximação e escuta de um pelo outro, me parece ser o caminho do mais forte...nem um, nem outro; os dois, juntos. A alegria e a tristeza, a luz e a escuridão. Desafio para toda uma vida nos aproximarmos dos nossos lobos, apresentar um ao outro, reconciliá-los.


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