mercredi 25 juillet 2018

Não é só um assunto meu.

Não posso deixar de falar nisso hoje. Foi o que mais me tocou, e acho importante.
Os homens talvez não imaginem o que é ir ao ginecologista pelo menos uma vez ao ano.  Eles não vão ao urologista com a mesma frequência, algo no mínimo estranho...
Aqui já estou na quarta em dez anos. Sendo que levei bem uns três para ir pela primeira vez. Não foi a consulta mais relaxante do mundo, me senti julgada pelo meu percurso, e não seria a última vez.
O destino me fez encontrar um outro gineco de origem uruguaia. Falavamos de churrasco enquanto ele queria me empurrar um anticoncepcional. Outro que me achou a louca de parir depois de três cesárias. Fui.
Fui sim...parar numa madame. Nem na cadeira da sala de visita eu me sentia à vontade...imagina com ela, me examinando de tailleur e luvas cirúrgicas...
Hoje fui numa indicação de uma amiga. A sala de espera parecia uma sala de aula waldorf...pena que não fiquei muito. Ela chegou toda colorida, cabelos curtos num corpo forte e delicado ao mesmo tempo.
Poucas questões, pelo contrário...perguntava quais seriam as minhas questões. Mesmo tendo se surpreendido pela minha VBA3C, nada acrescentou quando eu disse que procurei um especialista pois queria parir. Mas o que mais me surpreendeu, é que pela primeira vez me perguntam numa consulta se fui vitima de algum tipo de violência. Uma oportunidade única para refletir sobre o percurso dos meus relacionamentos, que deve se abrir para cada uma que ali passa, que ali se abre, timidamente, mas porque fomos ensinadas assim.
Constrangedor mas indispensável; se a cada pergunta como essa pudéssemos visualizar nosso caminho, cada um que passou, gestos que começamos a compreender, outros tantos que tentamos esquecer.
Não é fácil ser mulher, não são poucos os constrangimentos que iremos passar na vida, mas, cada vez mais, vejo que um mundo começa a se abrir diante de nós. E que temos que nos lançar nele, completamente. Como ouso fazer nesse texto.


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