jeudi 14 juin 2018

Ainda há luz

Assisti emocionada a esse dia histórico para as mulheres argentinas. Não sem um sentimento dividido, pela minha própria experiência de vida, mas carregado mesmo assim de um grande alívio pela mulheres. 
Até há alguns anos eu era totalmente contra, e se acontecesse comigo sei que não o faria. Mas entendo muito bem que as circunstâncias de vida das pessoas não são as mesmas, que acidentes acontecem sim, e muito mais frequentemente do que imaginamos. Nem vale a pena falar do peso que uma vida não esperada num momento inoportuno pode acarretar para a mulher.  Ela carrega dentro de si, ela se torna responsável por alguém que não fez sozinha, mas que a vida mostra, acaba criando só.
 Muitos ainda não conseguem imaginar a dificuldade de alguém que opta pelo aborto, e muitas vezes deixa a vida por isso. Opta não por escolha, mas por falta dela. Quem imagina a dificuldade de tomar essa decisão, sem nunca ter passado, não deveria nem opinar. A gente precisa parar de achar que sabe o que o outro sente na pele. E aceitar, o universo do outro em toda a sua complexidade. Talvez seja um bom espelho para o nosso próprio universo...
Que esse 14 de junho de 2018 seja um marco na construção da igualdade; dia em que muitas mulheres argentinas respiraram aliviadas por terem o direito de decidirem pelos seus corpos.

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