mercredi 6 juin 2018

Longas horas virão

Sentada, balanço ao sabor do trem. Todo mundo entretido, ou em seus pensamentos, ou tentando escapar deles. Uns escutam música, outros jogam. A senhora à minha frente lê um livro com a Nossa Senhora na capa, e as vezes para pra olhar ao longe. Duas pessoas conversam atrás dela, sobre os colegas de trabalho.
Nem observando os outros meus pensamentos me deixam tranquila, então decidi escrever. Amanhã sai o resultado da entrevista do Iago, que contei dia desses. Acompanho dentro de mim o bate-boca que recomeça a cada dez minutos. Um lado, não se estressa, tem certeza que seu nome estará na lista, e quando ele relaxa confiante, o outro lado chega com tudo secando a minha boca e revirando minha barriga. Tenho a impressão que o primeiro é meu lado racional, que analisou o contexto e acredita; enquanto o segundo é emocional, e consegue alcançar uma fragilidade do meu temperamento.
A questão hoje é, como não me deixar levar pela empolgação do primeiro nem pelo desespero do segundo. Vou tentando, me afastando, como posso, de um e de outro, mesmo sabendo que eles voltam. Vou tentando ser simples, descer do trem agora esperando uma noite calma, como se não houvesse amanhã. E só de escrever sobre, me aprofundo nesse universo que eu sou e desconheço...

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