jeudi 5 avril 2018

A visita do Murphy

Quando o Murphy vem nos visitar, nem pondo a vassoura atrás da porta.
Agora que o dia já está acabando imagino não ter mais o que temer.
Pois ele veio com tudo essa tarde. Encostei o carro rápido pra ir ao banco e na saída, esbarrei no canteiro de flores. Dois passos à frente sinto a direção puxando e estaciono, felizmente, num lugar seguro. Pneu furado.
Respira fundo. São 17h30, tenho uma hora pra dar conta. Tranquilo.
Não me lembro da última vez que troquei pneu, mas ajudei o Roti quando um deles furou na garagem. Só que esse estava no chão, o maldito canteiro rasgou o coitado, um dos novos que trocamos há menos de um ano. 
Bora pegar o material todo. Começo pelo manual, melhor não errar a ordem das coisas, rs. Acho toda a parafernália necessária e vou tirar o estepe do porta malas. Já me enfio uma farpa no dedo, tentando desrosquear o pneu. Rapidinho arranco, problema resolvido.
Me lembrava que era melhor soltar os parafusos da roda antes de levantar o carro. Ainda bem que temos a chave em cruz. A ginástica serviu pra alguma coisa, subo em cima da chave e solto três deles. Putz, o último é o anti-roubo. Pega a peça, tento de um jeito, de outro, troco de chave, olho o manual de novo. Lasqueira, não descubro como usar. Não dava pra ganhar a vida desse jeito, mas isso eu já sabia.
Bom, Ariel ta pela cidade, vou ligar pra ele. De qualquer jeito precisarei dele pra encaixar o macaco sob o carro. Esse macaco é um chiquoso que o Roti inventou de adquirir, querendo diminuir o esforço, só que não... o trambolho é mais alto do que devia, e temos que levantar o carro - isso mesmo - pra poder depois usá-lo para :  levantar o carro.
Não acredito, mas esqueci o celular em casa. Claro, uma vez lei de Murphy, ele continua à espreita. Paciência, tranco tudo e vou pegar o busão pra buscar o celular em casa. Aproveito pra avisar todo mundo do perrengue.   
Volto e uma alma nos ajuda à descobrir como funciona o parafuso anti-roubo. Ele até tenta nos ajudar a levantar o carro, meio incrédulo, e nesse meio tempo já tenho que buscar o Iago na música. De volta, decidimos procurar o macaco de alguém. Ligo para algumas amigas da cidade e saio para buscar o macaco de uma delas. 
Ariel e eu queimamos mais alguns neurônios tentando descobrir onde encaixá-lo. O menino não queria se arriscar do carro despencar no chão...mais uma alma mecânica passa e oferece ajuda. Já estava anoitecendo e só perguntei envergonhada onde tinha que encaixar o dito cujo. Ele agachou e nos mostrou.
Mais meia hora e estava feito, no perfeccionismo do Ariel, as rodas estarão bem presas até amanhã. Enquanto o Iago já reclamava de fome no carro, Ariel veio me acompanhando de skate até a estação de trem, onde fui pegar o Roti, que chega dizendo "Cheguei na hora certa hein ?". Se deu bem, o serviço já tinha sido terminado... 
Amanhã continua, atrás de borracheiro e pneu novo. Dei um chute na bunda do Murphy, ele que vá zanzar em outras redondezas, que por aqui já foi de bom tamanho...


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