Mas a beleza do mosaico, é justamente o encontro das peças que mesmo quebradas se encaixam de alguma forma. A gente vira a peça de um lado e de outro até encontrar uma forma de encaixá-la da melhor maneira. Às vezes, procuramos por muito tempo encontrar a melhor peça para um espaço preciso.
Hoje passei cinco horas fazendo isso e não pude deixar de fazer um paralelo com a minha vida. Seus pedaços até que eram bem regulares até um certo momento, depois a gente acha que falta algo e resolve lapidar algumas pedras pra transformar parte da nossa vida, e os azulejos quadrados começam a mudar de forma. Lapidar dá trabalho, e podemos nos cortar, nos machucar. Mas o encontro dessas pedras lapidadas, vai formando um conjunto de grande beleza, um verdadeiro mosaico.
No começo não levava muito jeito pra encontrar as pedras que se encaixavam, parecia muito trabalho. Mas pouco a pouco, conforme o mosaico ia tomando forma, eu ia pegando o gosto de procurar as pedras atenciosamente, sabendo exatamente o que precisava; mais próximo do fim, há uma exigência de que as peças sejam ainda mais precisas. Aceitando o resultado inesperado, diferente do que imaginava, a beleza aparece e ganha o seu espaço.
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