dimanche 1 avril 2018

Exercicio de tolerância

Missa de Páscoa. Ressureição. Cristo em vida; em nós. Convite a um exercicio imediato, ali nesmo, na igreja. Exercicio de tolerância.
Igreja cheia ! Nunca a vira assim. O pessoal leva a sério a história de renascimento. O padre chega a pregar a luta pela vida a todo custo, mesmo se tiver que ser contra a sociedade. Abertura à diversas interpretações, achei até "perigosa" a empolgação com que insistira nesse ponto, pois abria à inúmeros entendimentos.
Muitas crianças, mais do que costumo ver. Um casal à minha direita revezava os filhos no colo, dois loirinhos endiabrados que certamente não entendiam o porquê de estarem ali. Tiveram alguns poucos segundos de paz quando o menino elegante do banco de trás brincou de se esconder com o pequeno.  De camisa branca quase engomada, combinando com o tenis e o sorriso na pele escura, permaneceu em silêncio o resto da missa.
À minha frente, uma mãe e seus quatro filhos pequenos. Muito agitados, não a deixavam tranquila. Não sei se por instantes ela dormia ou rezava. Estava visivelmente exausta. Suas crianças, pelo contrário, tinham uma energia sem fim. 
Podia sentir os olhares de recriminação às crianças. Era como se olhassem pra mim. Será que ninguém é capaz de se colocar no lugar daqueles pais ? De tentar entender a razão de estarem ali, procurando, assim como todos os outros a sonhada "paz de Cristo" ?
Após o "Pai Nosso" um silêncio se impôs. E mesmo as crianças se renderam á ele, como se não houvesse alternativa, silenciaram-se sem ninguém pedir, diante de um outro pedido.
E aos poucos os olhares foram se amenizando e se tornando ternos e compassivos. A senhora ao meu lado de repente aproximou sua mão do rosto de uma das pequenas à minha frente, acariciando-o lentamente. E a menina sem se retornar, acalmou-se por alguns intantes, cedendo á carícia inesperada.
Milagres que uma atmosfera de amor pode criar...que todos ali presentes buscavam, talvez sem saber muito bem como e porquê, mas que poderiam sentir cantando em coro de olhos fechados, essa vibração que circulava, essa renovação que nos chamava.
E tudo terminou com o agradecimento e o convite do padre Prosper a tirarmos uma selfie ao lado do arranjo de flores do altar, esse que não considera só dele e da igreja, mas de todos nós...


Aucun commentaire: