Será que festejam a chegada da primavera à moda italiana ? Será que experimentam a vontade dos pratos generosos e conviviais tão práticos e que nos aproximam ?
Os dias se alongando, as árvores florescendo, o convite aos piqueniques aparecendo. E me vem na lembrança os domingos de macarronada em família...
Meu pai deve conhecer um tanto de receita que não cabem nas mãos...aprendidas com a familia italiana que o criou, na conversa descontraida nos restaurantes que frequentava quando trabalhava; muitas pérolas não ouso mais repetir, fica sempre faltando alguma coisa... da generosidade na pimenta do reino até o ponto "al dente" da massa...
Os carbonaras sempre tinham bacons fritos e crocantes, e aquela sensação de satisfação que não precisaremos jantar à noite. Os provolones ligeiramente picantes, os gorgonzolas amassadinhos no azeite, que comíamos de aperitivo. Os vinhos italianos, Valpolicella e Chianti, os primeiros que experimentei, e que ainda posso reencontrar por aqui.
Já falei outro dia da beringela à parmegiana, mas o prato que tem história e sempre reuniu a familia era o bife à milanesa. Cada um se encarregava de uma fase : a da farinha de trigo, a dos ovos, a da farinha de rosca. Enquanto o chefe fritava. Depois tinha bife para três refeições. E acho que ainda continua sendo assim... pra não quebrar a tradição. A generosidade do muito, pois sempre ouvi que é melhor sobrar do que faltar, de todos os lados da familia. Esse lado já deve ser um traço da mistura do brasileiro, cuja mesa sempre cabe mais um...
O que me vem à mente hoje, nessa segunda santa de feriado, é embalada pelo tempo úmido e agradável, que foi homenageado com um espaguetti com rabanetes refogados com alho e manteiga...sempre festejando à volta de um bom prato, e sobretudo, de boa companhia.
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