lundi 16 avril 2018

O mistério das cerejeiras japonesas

Hoje fui passear no parque com o Iago. Ele está em férias de Páscoa, que esse ano não coincidiu com a época da Páscoa.
Caminhamos juntos, de braços dados, queria dar quatro voltas, mas acabei cedendo aos seus apelos e dando somente duas. Todo o parque está com novas cores, o verde começa pouco a pouco a tomar conta, mas o que chama mesmo a atenção são as cerejeiras brancas floridas dali. No fim das nossas voltas, enquanto Iago retomava o fôlego, me aproximei de uma delas, tirei fotos de vários angulos, e pude apreciar o perfume doce e suave que exalava.
Bem diferente do dia anterior, quando quis dar uma passada no Parque de Sceaux para ver se as cerejeiras de la ja haviam florido. O florescimento dos campos de cerejeiras do parque é um acontecimento. Encontramos todas as origens asiaticas imaginaveis, e também aqueles que simplesmente não podem perder aquela sensação de se encontrar sob um mar de nuvens rosas que se movem ao sabor do vento.

Pois o mar era de gente ! Os botões estavam la, esperando ainda alguns dias para encantar plenamente, mas as homenagens ja se faziam, pelos kimonos elegantes, as fantasias improvisadas e os piqueniques aos pés das arvores. Nos vamos esperar um pouco mais, talvez uns dez dias, pra encarar mais um mar de gente...
Mas de onde vem essa fascinação ? Fui pesquisar sobre a simbologia das cerejeiras japonesas, e muitas lendas existem em torno disso. Uma delas é a de uma princesa que desceu do céu e aterrissou em uma cerejeira, que passou a se chamar  Sakura, devido ao nome da princesa. Outra tem relação ao cultivo do arroz e sua divindade (Sa) ; kura seria a morada da divindade.
No Japão o Hanami representa o acompanhamento do florescimento das arvores em varios locais diferentes, e os participantes festejam com piqueniques e saké, danças e músicas tipicas. Um pouco do que vi domingo por aqui. 
A miscigenação asiática também estava mais presente do que nos anos anteriores, fiquei feliz de cruzar mais casais misturados, e mais crianças lindas de uma beleza unica, da mistura imprevisivel de traços raciais diferentes que geram um terceiro, que por sua vez gerara um outro...
Mas uma das principais características da cerejeira é sua efemeridade. O fato de as flores durarem pouco tempo nos galhos das árvores impressionou muito os japoneses na Idade Média, período de guerras, o que fazia com que as pessoas sentissem que tinham a vida ameaçada a todo momento.
Finalmente, talvez saibamos inconscientemente e por isso festejamos essa efemeridade. Pelo instante presente, sem pensar no amanhã. Aqui, no Brasil, no Japão, e onde existir uma cerejeira japonesa florida para nos lembrar da beleza efemera da vida.

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