jeudi 24 mai 2018

Aconchego afetivo

Iago resolveu ir dormir mais cedo. Achei estranho e perguntei o por quê. Problemas no jogo do computador, claro. Irritada já bradei minha indignação, e disse o que penso : que esses jogos são uma grande perda de tempo. Ariel já replicou que outras coisas também são...ok. Mas tantas coisas não são...
Deixei o que estava fazendo e me estirei com ele na cama, puxei um livro que ele gosta e propus de lermos juntos, dividindo os personagens. Mudávamos a voz, o sotaque, e nos divertimos relendo as histórias que há alguns anos, era eu quem lia para ele. Se bem o conheço, vai me propor outras parcerias como essa...
A leitura antes de dormir sempre foi um hábito aconchegante pra mim. Quando o Hector e o Ariel eram pequenos, lia para eles quase todas as noites. Já em Paris, não deixava de ler em português para que não esquecessem. A que eles mais gostavam era uma história em quadrinhos do Ursinho Pooh, onde eu imitava a voz de cada personagem. Eles riam de chorar quando eu imitava o Bisonho ! Sentavam-se ao meu lado, bem juntinho,  para poder ver as imagens enquanto lia.
O sono ia se instalando gostoso, dando vontade de fechar os olhos e sonhar. Sonho de criança, cheio de brincadeiras onde tudo pode acontecer...igual na história do Iago de hoje, sobre a amizade de um duende, um gigante e uma feiticeira. 
Não precisa de muito pra fazer um uso afetivo do tempo, basta um pequeno esforço, pra transformar um pequeno instante em um traço que talvez fique pra sempre na memória da gente...


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