vendredi 4 mai 2018

Parte da obra

A technologia fez algo maravilhoso na exposição que fui assistir hoje. Achando que ia acompanhar minha amiga alemã a uma exposição como qualquer outra, fomos realmente pegas de surpresa.
Klimt, suas cores e formas únicas, Hundertwasser, artista contemporâneo à ele, não menos impressionante; e por fim, uma incrível criação contemporânea criada artificialmente, 
O galpão desfilava em todas as suas paredes, colunas, e no chão, imagens organizadas de cada um deles, com uma música escolhida primorosamente para acompanhar. Assim, o que era pra ser uma apreciação visual se transformou numa viagem de todos os sentidos, como se pudéssemos estar dentro da arte de cada trecho, no percurso e na história de vida traçada por cada um.
Ao entrarmos, praticamente não conseguíamos nos mover. Queríamos olhar para todos os lados, sentíamos a necessidade de não perder nada, mas era impossível presenciar todas as imagens, que eram diferentes em cada parede. Hipnotizadas, girávamos em torno do nosso próprio eixo, imersos naquele outro mundo.
Chorei ao me sentir em meio as flores de Klimt, quase senti o perfume das folhas secas da floresta que se seguiu. Hundertwasser e suas casinhas coloridas, de janelas tortas, mas com estilo próprio, me remeteram ao Pelourinho, na Bahia.

Na segunda sessão, procuramos outro ângulo, a emoção ja não foi a mesma, mas conseguimos ver mais coisas, menos tensas, pois a vontade de não perder nada nos impedia de relaxar.
Já na terceira rodada, nos instalamos no chão e pudemos observar a interação e o encantamento dos outros com aquele espetáculo tão particular. Num banco, cinco idosos tinham se instalado e enquanto alguns ainda conversavam entre si, um senhor dormia, fazendo parte dos relevos que enriqueciam o cenário.
Saímos desse mundo quase três horas depois, sentindo que a vida é muito linda, e que ainda existe sensibilidade para transmití-la e expressá-la com tamanha sutileza...
 

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