mercredi 30 mai 2018

Diante da fonte

Uma fonte pode ser para uma criança como um mar em dia de belas ondas para os surfistas : uma atração incontrolável. 
Um menino estava assim diante daquela água toda, era mais forte que ele. A mãe já o tinha afastado de lá cinco vezes, mas aquelas folhas secas no chão parecem precisar tanto entrar na água... os bracinhos vão escorregando pra dentro também, se pudesse deixava o corpo todo escorregar fonte adentro. A mãe o puxa pelo punho, violentamente. Quer conversar com a amiga, não parece querer se colocar no lugar do filho em nenhum momento. É incapaz de sentir que aquele barulhinho é irresistivel, que seu filho pode estar com calor, ou que simplesmente queira experimentar o contato da água em seu corpo
Mais tarde, outro se aproxima. Até a postura da mãe é outra, é ela que chama o filho para se aproximar da fonte. O barulho lhe dá um certo medo. Ela se senta e o deixa a vontade, ele aos poucos se aproxima e põe o carrinho a andar pertinho da água, mas sem tocá-la. Um casal de idosos lhe estica uma folha seca, que ele joga imediatamente na água. E sua aproximação terminou ali, pois sua necessidade era essa.
Nem sempre estamos disponíveis a parar e olhar atentamente a necessidade do outro. Se o fizéssemos , metade dos problemas da educação, e ouso dizer, do mundo, estariam resolvidos.

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