dimanche 27 mai 2018

Raizes invisiveis

Domingo na casa de amigos. Eles conseguiram criar um canto arborizado e aconchegante em pleno 18o quarteirão parisiense. Talvez tenham se inspirado nos oásis visitados do nosso país.
Ela, artista israelense, ele músico americano. Aventureiros, se conheceram no avião, como acontece em filme romântico e a gente custa a acreditar.
Entre os locais que conhecemos em comum, a impressão partilhada da generosidade brasileira, mas também da espreita da violência que só espera um pequeno vacilo pra se concretizar... belezas e tristeza desse mundão que anda meio desequilibrado. As doçuras das frutas e sucos, a inesquecível agua de coco. A moqueca, o feijão, a pizza. A paixão dos que vieram de longe e acabam lá se instalando, a paixão dos que vivem longe mas seguem visitando. O lidar com a saudade, a falta do país ou a falta da família ? Onde acabamos nos enraizando ? Talvez as raizes sejam infinitas e corram invisiveis atravessando as profundezas da Terra...
Finalmente encontro outros que se alegram com o tempo úmido e pesado como eu. Mesma sensação de estar em casa, cada um na sua terra quente e hidratante, quando a transpiração carrega lembranças de tempos bons.
A aproximação musical apareceu pouco a pouco,  com o despertar de uma sensibilidade que nos convida à escutas inabituais;  que se instalam quando começam a fazer sentido.
O mundo ficou pequeno e sem fronteiras nessa tarde, e a gente sentiu que realmente faz parte dele.

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