Ela, artista israelense, ele músico americano. Aventureiros, se conheceram no avião, como acontece em filme romântico e a gente custa a acreditar.
Entre os locais que conhecemos em comum, a impressão partilhada da generosidade brasileira, mas também da espreita da violência que só espera um pequeno vacilo pra se concretizar... belezas e tristeza desse mundão que anda meio desequilibrado. As doçuras das frutas e sucos, a inesquecível agua de coco. A moqueca, o feijão, a pizza. A paixão dos que vieram de longe e acabam lá se instalando, a paixão dos que vivem longe mas seguem visitando. O lidar com a saudade, a falta do país ou a falta da família ? Onde acabamos nos enraizando ? Talvez as raizes sejam infinitas e corram invisiveis atravessando as profundezas da Terra...
Finalmente encontro outros que se alegram com o tempo úmido e pesado como eu. Mesma sensação de estar em casa, cada um na sua terra quente e hidratante, quando a transpiração carrega lembranças de tempos bons.
A aproximação musical apareceu pouco a pouco, com o despertar de uma sensibilidade que nos convida à escutas inabituais; que se instalam quando começam a fazer sentido.
O mundo ficou pequeno e sem fronteiras nessa tarde, e a gente sentiu que realmente faz parte dele.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire