lundi 14 mai 2018

Dia de filha, dia de mãe

Como ontem foi dia das mães, como filha, fiz o que estava ao meu alcance para homenagear a minha, mesmo a distância. Hoje, foi dia de me exercer com mãe, e viver nas tripas as emoções dessa aventura eterna.
Iago se candidatou para participar de uma classe com horários especiais para estudantes de música, num Ginásio próximo ao conservatório do qual participa.
Quarenta e oito candidatos para trinta e duas vagas. Por mais qualidade que tenha seu percurso, sendo um bom aluno tanto na escola quanto no conservatório, se ele não conseguir a vaga, me sentirei culpada. Me sinto já, de imaginar que eu não tenha feito todo o necessário. Sei que fiz as etapas administrativas, intelectualmente. Mas minhas tripas não escutam a certeza cerebral. Eles não mantém quase nenhuma relação nesse sentido, somente no contrário, quando minhas emoções poluem um raciocínio claro, me levando à elucubrações inimagináveis.
Para a tal da vaga, ele passou por uma entrevista, que teve como intenção verificar se a motivação de participar da classe partia realmente da criança, e não de um desejo dos pais. Acho que ele tem tudo isso, a motivação, o engajamento, a inteligência pra dar conta dos estudos e da música...mas ali, naquele corredor de espera, vivi os cinco minutos mais angustiantes do ano. Queria ser ele ali, que meu coração tivesse batendo no lugar do seu, apesar de ter a consciência de que certamente estava respondendo com sua naturalidade e sinceridade habituais, e encantando com seu sorriso bochechudo. Mas, como mãe, queria evitar que ele passasse por todo esse estresse...
Quando ele saiu sorrindo me senti mais leve e só falei "Ça va ?", esperando o caminho a pé até em casa fazer minha ansiedade ir embora pelos meus pés, e aprendendo que a leveza de encarar a vida de uma criança é ao mesmo tempo, um grande mistério e a grande chave da vida...


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