Iago se candidatou para participar de uma classe com horários especiais para estudantes de música, num Ginásio próximo ao conservatório do qual participa.
Quarenta e oito candidatos para trinta e duas vagas. Por mais qualidade que tenha seu percurso, sendo um bom aluno tanto na escola quanto no conservatório, se ele não conseguir a vaga, me sentirei culpada. Me sinto já, de imaginar que eu não tenha feito todo o necessário. Sei que fiz as etapas administrativas, intelectualmente. Mas minhas tripas não escutam a certeza cerebral. Eles não mantém quase nenhuma relação nesse sentido, somente no contrário, quando minhas emoções poluem um raciocínio claro, me levando à elucubrações inimagináveis.
Para a tal da vaga, ele passou por uma entrevista, que teve como intenção verificar se a motivação de participar da classe partia realmente da criança, e não de um desejo dos pais. Acho que ele tem tudo isso, a motivação, o engajamento, a inteligência pra dar conta dos estudos e da música...mas ali, naquele corredor de espera, vivi os cinco minutos mais angustiantes do ano. Queria ser ele ali, que meu coração tivesse batendo no lugar do seu, apesar de ter a consciência de que certamente estava respondendo com sua naturalidade e sinceridade habituais, e encantando com seu sorriso bochechudo. Mas, como mãe, queria evitar que ele passasse por todo esse estresse...
Quando ele saiu sorrindo me senti mais leve e só falei "Ça va ?", esperando o caminho a pé até em casa fazer minha ansiedade ir embora pelos meus pés, e aprendendo que a leveza de encarar a vida de uma criança é ao mesmo tempo, um grande mistério e a grande chave da vida...
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