jeudi 17 mai 2018

Jejuar e rezar

Quando fui comprar pão ontem, a moça do caixa sentiu a falta do Iago, a quem chama de "cheri". Enquanto me passava o pão, cochichou sorrindo que não via a hora de começar o Ramadã, hoje.
Desde que viemos pra França, me impressiono com esse rito religioso dos muçulmanos. Eles passam cerca de um mês jejuando, enquanto o sol estiver no céu. E olha que nessa época o dia dura quase 14 horas...
A "Noite do Destino" é um dos acontecimentos que festejam nessa época, pois foi a noite em que o Alcorão foi revelado à Maomé pelo anjo Gabriel.
 É o mês mais santificado e esperado do ano, como se eles renovassem as esperanças para o ano que começa por meio da privação de algumas necessidades básicas. Se por um lado o esforço de controlar os excessos deve ser transferido para a caridade e a prece, por outro é um convite à conhecer sua determinação, rever seus valores, viver momentos intensos de dias longos e quentes. Outras religiões e crenças acreditam no poder de purificação do jejum, mas será que não teríamos essas oportunidades de renovação de maneiras muito mais simples do que imaginamos ?
Sem querer diminuir a impôrtancia do esforço do jejum, mesmo porque desconheço seus efeitos, acredito que passamos perto a cada dia desse gesto de sensibilidade e abertura ao outro, à si mesmo, à momentos delicados e imprevisíveis, que podem ressignificar nossas crenças e valores.
Vou observar o esforço desse mês que se inicia da minha vizinhança, de maioria muçulmana, inclusive na repercussão que possa acontecer em mim...


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