A umidade já vinha anunciando há alguns dias. Uma sala maravilhosa, de fundo uma parede decorada de madeira, fazia as vezes de um bambuzal. No alto dela, um vidro liberava a vista do jardim, com um pinheiro que dançava ao ritmo da conversa entre os dois violões. Como se ele estivesse escutando tudo, com os trovões se fazendo de holofotes de vez em quando, a tempestade caía, como se os trópicos estivessem mesmo aqui.
Impecáveis, Paulo Belinatti e Cristina Azuma, expressavam em seus dedos a perfeição do tocar e a intimidade com o instrumento. Gestos precisos revelavam uma sutil osmose desses compositores com sua arte.
E, mais uma vez, o tempo parou por duas horas para que aquele instante fosse vivido como uma respiração, um suspiro sonoro. Cheio de som de casa, das raízes do meu coração.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire